Já pensou em respirar hoje? Em tempos tão confusos e corridos é fácil deixar de perceber alguns sinais do organismo. A respiração faz parte dos movimentos involuntários do corpo. E, muitas vezes, fica esquecida como uma função primordial quando o assunto é saúde. Por isso, voltar a respirar corretamente e aproveitar todos os benefícios que essa mudança de hábito proporciona é fundamental.

Um dos combustíveis do corpo humano é o oxigênio. Essa oxigenação do organismo é feita principalmente pela respiração, por isso sua importância. Todos nascem sabendo respirar, mas ao longo da vida se vai desaprendendo a forma correta de oxigenar o corpo. “Se você observar um bebezinho respirando é possível perceber o abdômen e o diafragma inflando. Enquanto nós adultos respiramos com a parte superior torácica,” explica Dani Cruz, terapeuta corporal no Kurma.

Dani conta ainda que essa respiração ‘errada’ se caracteriza por ser curta, rápida, e que, muitas vezes, eleva o ombro – o que pode criar tensão nessa região. E que além de não ser profunda, também não utiliza a região abdominal e diafragmática, que seria o mais aconselhável segundo ela.

Momento de autoconexão

“A respiração é o elo entre o nosso corpo e a nossa mente e através dela nós podemos influenciar pensamentos, sentimentos, e até mesmo os processos fisiológicos do nosso corpo, como o sono, a digestão e até os batimentos cardíacos.” Além desses benefícios, também é possível aumentar a capacidade respiratória; promover um relaxamento muscular e a sensação de bem-estar; regular a pressão arterial; e contribuir para o alívio da ansiedade e estresse.

A terapeuta explica que é possível controlar a inquietação, desde que a respiração esteja fluindo de maneira correta. Com isso oxigenando mais o cérebro e estimulando o foco, concentração e relaxamento. “São inúmeros os benefícios através de uma respiração correta. O ideal é fazer uma respiração completa, profunda, diafragmática e abdominal, para que se possa utilizar toda a capacidade pulmonar.” Dani também lembra que essa respiração racional e tranquila permite que o diafragma – principal músculo envolvido na respiração – seja usado de maneira adequada. “Para muitos, é necessário reaprender a respirar corretamente e de forma consciente, mudando o padrão respiratório.”

Como ter uma respiração mais inteligente

“A primeira coisa a se fazer é prestar atenção como a gente vem respirando,” comenta Dani. Para perceber isso a terapeuta aconselha deitar confortavelmente em uma superfície que permita ficar em uma posição reta e de barriga para cima. Em seguida colocar uma das mãos na altura do peito e a outra na região abdominal, respirando naturalmente por alguns segundos. “Respire normalmente sem forçar,” indica Dani. Que completa: “E aí você vai perceber onde está localizada a sua respiração. Se está muito curta e na parte superior, ou se está no diafragma ou no abdômen.”

1. Respiração baixa

A reeducação respiratória começa pelo exercício da respiração baixa, explica a terapeuta. Sempre deitando o mais reto possível, de uma forma agradável e com a barriga para cima, comece apoiando as mãos na região do baixo ventre. “Expire e esvazie todo o pulmão. Em seguida, inspire pelas narinas, expandindo a parte baixa do abdômen. Retenha o ar por alguns segundos e solte-o completamente. Repita algumas vezes até executar a respiração baixa naturalmente e de maneira confortável,” orienta Dani.         

2. Respiração média

A segunda etapa é a respiração média. Coloque as mãos sobre as costelas, de modo que os dedos médios se toquem sutilmente. Inspire profundamente, expandindo a caixa torácica para as laterais até os dedos médios se afastarem. Mantenha o ar preso por alguns segundos e expire, soltando todo o ar. “Faça esse ciclo lento e profundo, seguidas vezes.”

3. Respiração alta

A respiração alta é o próximo passo. A terapeuta pede para colocar as mãos na parte superior do tórax apoiando os dedos nas clavículas. E, na inspiração, trazer o ar para a região mais alta do peito. “Faça uma imagem mental dos seus pulmões como se fossem dois triângulos e traga o ar para a ponta de cima dos triângulos.” Contenha por alguns segundos e solte completamente o ar. Execute o exercício completo inspirando e expirando lentamente, recomenda. 

4. Respiração completa

Para finalizar é importante fazer todos os estágios juntos, usando o que foi aprendido. “Primeiramente nós vamos esvaziar completamente os pulmões e fazer uma inspiração que vai durar de quatro a seis segundos. Lentamente e pelo nariz, inflando primeiro o abdômen. Depois abrindo as costelas para as laterais e levando o ar até a parte superior, para o ápice do tórax.”

Retenha a inspiração por alguns segundos e depois simplesmente deixe o ar sair. “Execute os três exercícios o mais lento possível, até impor um ritmo”, recomenda a terapeuta. Que também aconselha expirar no dobro do tempo da inspiração, ou seja, soltar o ar de uma forma bem mais lenta do que o tempo gasto na respiração. E explica: “Por exemplo, inspire em quatro tempos, retenha o ar por alguns segundos, solte o ar em oito tempos.” Essa contagem mental ajuda no treinamento da capacidade pulmonar, que vai aumentando assim como o ritmo de soltura do ar vai ficando mais gradual. “Pode fazer durante o dia, quantas vezes tiver vontade e, quanto mais fizer, mais benefícios terá,” finaliza.

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